Thursday, January 4, 2007

Indeterminação

"Pensa-se geralmente que esta indeterminação, o facto de não podermos prever o futuro, é uma coisa da mecânica quântica, e diz-se que isto explica o comportamento da mente, os sentimentos de livre arbítrio, etc. Mas, se o mundo fosse clássico - se as leis da mecânica fossem clássicas -, não é evidente que a nossa mente não sentisse mais ou menos o mesmo."

"Quando a água cai numa barragem, se estivermos por perto, somos salpicados; de vez em quando alguns pingos vêm aterrar no nosso nariz. Isto parece ser completamente aleatório [...] As mais pequenas irregularidades são amplificadas quando a água cai, de modo que o que nos atinge é completamente aleatório [...]
Falando com maior rigor, seja qual for a precisão que consideremos, é sempre possível estabelecer um intervalo de tempo suficientemente longo para que nesse espaço de tempo não possam fazer-se previsões válidas. Ora a questão é que este intervalo de tempo não é muito grande [...] Verifica-se que num intervalo de tempo extremamente pequeno perdemos toda a nossa informação [...] Deixamos de poder prever o que vai acontecer! Deste modo, não é justo afirmar que, a partir da aparente liberdade e indeterminação da mente humana, devíamos ter concluído que a física clássica «determinista» nunca poderia ter pretensões de compreender isso e receber a mecânica quântica de braços abertos como uma libertação de um universo «completamente mecanicista»."

No comments: